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Cosud: Habitação discute boas práticas de atuação em casos de desastres naturais

No primeiro dia de trabalho, autoridades do setor também abordaram políticas inovadoras para o enfrentamento do déficit habitacional

Secretários e autoridades do setor de Habitação dos sete estados do Sul e Sudeste iniciaram, na tarde desta quinta-feira (19), discussões a respeito de desafios e compartilhamento de experiências que possam ajudar no desenvolvimento urbano de cada unidade.

Esse foi o direcionamento do Grupo de Trabalho da Habitação da 9ª Edição do Consórcio de Integração dos Estados Sul Sudeste (Cosud).

As conversas tiveram início com uma apresentação do secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo, Marcelo Branco, com um relato sobre o cenário encontrado no carnaval de 2023, no Litoral Norte, especialmente em São Sebastião, com desastres decorrentes das chuvas.

Para o secretário Marcelo Branco, o melhor meio de prevenir esses desastres que afetam, principalmente, pessoas que moram em áreas de risco, é investir no desenvolvimento urbano dos municípios. “Quando a gente permite a construção de casas de veraneio de alto padrão, o Estado precisa prever que haverá necessidade de comércios e serviços. Além disso, o poder público precisa se antecipar para que trabalhadores que serão atraídos por essa demanda tenham onde se instalar. Senão, eles vão se estabelecer em áreas de inapropriadas”.

O secretário de Habitação e Regularização Fundiária do Rio Grande do Sul, Fabrício Peruchin, ressaltou o impacto positivo da troca de experiências com quem já passou por situação equivalente, o que permite o aprendizado e uma resposta mais assertiva. “Hoje, estamos no Rio Grande do Sul em um momento semelhante ao que São Paulo passou em fevereiro, por exemplo, com cidades que chegaram a ter 85% dos imóveis destruídos”, disse.

Henrique Oliveira Carvalho, subsecretário de Política de Habitação de Minas Gerais, pontuou que o Estado enfrenta desafios equivalentes por conta das características topográficas da região, com muitas encostas. Ele destacou o salto de qualidade que as discussões podem levar a cada Estado. “É importante essa troca porque elas se complementam. Assim como vocês, a gente tem um olhar da Habitação sob a ótica do Desenvolvimento Urbano, mas no nosso caso, também olhamos pela perspectiva social”.

O presidente da Companhia de Habitação do Paraná, Jorge Lange, também reforçou a importância da troca de experiências no evento. “Habitação é um desafio gigante do dia a dia. E cada um de nós sabe uma coisinha que pode servir aos outros. E quando a gente se une, a gente divide e a gente compartilha esses conhecimentos, o crescimento é de todos e o beneficiário é o mesmo, pra todos”.

Também esteve em pauta a política de subsídio público à construção privada como modo de estimular o mercado imobiliário para combater o déficit habitacional.

Participantes do GT relataram que se inspiraram na experiência de São Paulo com o programa Casa Paulista para lançar projetos semelhantes, como é o caso do secretário de Habitação do Rio de Janeiro, Bruno Dauaire: “Até então o Rio de Janeiro fazia habitação 100% subsidiada e a gente sabe que isso demanda tempo e custo. Então, esse programa vai aquecer a cadeia produtiva da construção civil. Nós estimamos gerar cerca de 75 mil novos empregos, com o exemplo de São Paulo”.

O Grupo de Trabalho de Habitação voltará a se reunir na sexta-feira (20) em dois turnos para buscar temas e iniciativas que permitam ação coordenada e cooperativa entre os Estados.